quinta-feira, 13 de agosto de 2015

FOTO HISTÓRICA DA OPERETA MARUMBY

Poucos dias antes da estréia, a OPERETA MARUMBY foi censurada (vide post do "libreto escandaloso"). A polícia foi à casa de Benedito Nicolau dos Santos, confiscou a partitura, censurou canções e falas, e excluiu um personagem da ópera (o "Alemão").

Acredita-se que esta seja uma das razões pelas quais a obra nunca mais foi encenada, depois de sua temporada de estréia, apesar da beleza e do apelo das alegres canções. Pouca coisa resistiu ao tempo.

Das partituras originais, ficou apenas o material guardado por herdeiros, e duas outras cópias, uma ao cuidado de uma historiadora, outra arquivada no MON.

E fotos da produção original, como a que se divulga neste blog, são uma raridade.


OPERETA MARUMBY - temporada de estréia em 1928


Além de ser uma foto rara, esta imagem é de indescritível riqueza das curiosidades de época.

Em primeiro plano, abaixo, lá está uma figura curiosa, um rapaz escondido ao largo dos olhos do público, num cantinho do palco à frente da orquestra.

Isto porque a MARUMBY é uma opereta clássica, parte teatral e parte musical. O rapaz ficava por ali, acompanhando todas as cenas, com o libreto completo nas mãos. E assim, se porventura alguém esquecesse sua fala, ele "soprava" a marcação.

Também interessante que, no grande e suntuoso teatro, a platéia sentava em cadeiras de madeira. Nada das poltronas almofadadas em veludo vermelho, que só existiriam no "novo" Teatro Guaíra, construído décadas depois.

O paranismo e o patriotismo são presentes até na platéia, como se vê no camarote do lado esquerdo da foto, uma imensa bandeira do Brasil em plena encenação artística. Bem de acordo com o próprio tema da ópera, que canta o país e o Paraná, suas belezas e riquezas, por toda a obra.

E no mesmo camarote, vale a pena observar a moda da época, no elegante "chapéu de melindrosa" que se pode perceber com clareza.

Por sua importância, esta rara foto tornou-se o ícone da TEMPORADA 2015 da OPERETA MARUMBY. Porque é um orgulho para todos nós, fazer parte da recuperação desta importante parte da história da nossa terra.








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